Uma das debatedoras do Fórum, Maria do Carmo Garcez, presidente nacional da Anfarmag
Um novo farmacêutico, que também atua como gestor do seu negócio, foi a tônica do III Fórum Magistral de Debates – O Futuro do Segmento Magistral: Desafios e Oportunidades, realizado no último sábado, 4, em Porto Alegre, RS. Promovido pela Anfarmag Regional RS, o encontro reuniu a presidente e o vice-presidente nacionais da entidade, Maria do Carmo Garcez e Hugo Guedes de Souza, a representante da Fenafar e presidente do Sindifars, Débora Melecchi, o farmacêutico e fiscal do CRF–RS, Éverton Borges, o consultor da Brum Consulting/Coaches Associados, Luiz Fernando Brum, e o coordenador do curso de Farmácia da Univates, Luís César de Castro. Mediado pelo coordenador do SINAMM (Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral) no RS, Eduardo Aranovich de Abreu, o fórum recebeu cerca de 50 participantes que interagiram com os debatedores ao longo de 5 horas. "Com este III Fórum, demos sequência a um debate iniciado em 2008. Após abordarmos alguns aspectos regulatórios e as Boas práticas de Manipulação, e discutir a RDC 44/09, bem como os impactos gerados nas rotinas das farmácias magistrais e como os farmacêuticos devem se adequar às novas normas, desta vez, nos reunimos a fim de debater, com mais profundidade que no possibilita nosso dia-a-dia, sobre o mercado e sobre como podemos tirar proveito dos desafios que se apresentam", afirmou a presidente regional da Anfarmag, Eliane Aranovich.
A presidente gaúcha da Anfarmag, Eliane Aranovich.
Repensar o que é feito dentro das farmácias e discutir a respeito dos condicionantes da gestão das empresas como negócios foi o tema-chave dos debatedores originários de diferentes áreas. Baseado no atual cenário macro-econômico do país, Hugo Guedes de Souza afirmou que "existe um mercado interno monstruoso que ainda não foi atendido. Temos que lembrar que, além de farmacêuticos, somos empresários". Entre as oportunidades oferecidas por esse mercado, destacou-se os serviços e a indicação farmacêutica, as drogas vegetais, as plantas medicinais e fitoterápicos de venda livre, a prestação de assistência farmacêutica domiciliar e a decisão sobre a manipulação, dispensação, e comercialização de medicamentos de uso contínuo. Para Luiz Fernando Brum, as legislações, que a esse encontro, muitas vezes, são proibitivas, não devem ser encaradas como restrições, de forma não reativa. "Atualmente, as legislações são muito mais favoráveis do que desfavoráveis", sustentou. Segundo ele, o que falta, às vezes, é conhecimento para agir corretamente. "Nosso empenho é para que o conceito de medicamento magistral seja o mesmo em todos os âmbitos, como na vida real, adequado ao restante do mundo", salientou Maria do Carmo Garcez. Dentre os diversos desafios, Everton Borges assinalou a busca constante do CRF–RS pelo cumprimento da proibição da captação de receitas contendo presrições magistrais/oficinais por outros estabelecimentos, bem como a evolução do conceito de indicação farmacêutica.
Representante do meio acadêmico, Luís César de Castro anunciou o lançamento de uma farmácia escola pela Univates, ainda no primeiro bimestre de 2011. Além de dispensar medicamentos obtidos pela prefeitura de Lajeado, município do Vale do Taquari, a farmácia vai dispor de uma laboratório de manipulação. "Assim que a estrutura estiver constituída, pretendemos nos associar à Anfarmag", afirmou. Para ele, hoje, as instituições de ensino tem que ouvir o mercado e estar junto dele. E, caso não haja mercado, é papel dessas mesmas instiuições criá-lo.
Ao final, participantes foram recepcionados com coquetel.
Para Maria do Carmo, seja através da Anfarmag ou de qualquer outro tipo de coletividade, o associativismo é a forma ideal para que segmento magistral consiga enfrentar com êxito todos os seus desafios. "Como presidente do Sindifars (Sindicato dos Farmacêuticos no Rio Grande do Sul), falo por meus colegas, que estamos buscando cursos de capacitação junto ao Sebrae, a fim de oferecer aperfeiçoamento e apoio ao empreendedorismo. O que todos desejamos é promover, em nossas farmácias, um comércio ético, diferenciado, lucrativo e com um valioso retorno à população", completou Débora Melecchi.